O novo presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Renato Vieira, admitiu que o órgão enfrenta uma crise por causa do baixo número de servidores, mas descartou que a realização de um concurso esteja entre as primeiras ações de sua administração.
Apenas em 2019 já são mais de duas mil aposentadorias requeridas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os dados são da Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps).
Durante reunião com membros da Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), ele disse que as negociações atuais esbarram no novo Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes. “Ele [Renato Vieira] reconheceu a necessidade do concurso INSS, mas foi enfático ao dizer que não existe perspectiva no momento”, afirmou a entidade em um comunicado distribuído à imprensa. “As tratativas não prosperam no Ministério da Economia”, continua o documento.
Para a Fenasps, o INSS pode entrar em colapso ainda neste ano, quando 55% dos servidores ficarão livres para entrar com pedido de aposentadoria — o que tornaria o funcionamento do órgão praticamente inviável.
Outra entidade ligada ao órgão, o Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais da Saúde (Sindsprev) afirmou que o déficit de pessoal faz com que certas demandas dos segurados já cheguem a até seis meses de espera.
O próprio INSS admitiu que a falta de servidores nas agências e nas análises de pedidos de benefícios faz com que pouco mais de 175 mil mulheres que tiveram filhos ou adotaram crianças no país estejam na fila de espera do seguro-maternidade.
Em alguns casos, segundo o órgão, a demora também dura seis meses. Enquanto as entidades sindicais falam em um déficit de 22 mil servidores, o INSS diz que o número é de 16,5 mil, que pode aumentar para 18 mil neste primeiro semestre caso todas as aposentadorias previstas se consolidem.
No final de 2018, o então presidente do INSS, Edison Garcia, revelou que existiam negociações com o governo federal para reter as aposentadorias previstas para 2019.
Uma das medidas que ele tomou ainda em 2018 foi oferecer R$ 60 a mais no salário dos servidores para cada análise de benefício feita — um “sistema de bônus”, segundo o ex-presidente, que ainda poderia ajudar a diminuir as filas nas agências.
“Temos um diagnóstico da dificuldade de pessoal e por isso criamos a meta”, explicou à época. O órgão aguarda desde a metade de 2018 pela resposta de um pedido de abertura de 7.888 vagas, sendo 3.984 para técnicos de nível médio, 1.692 para analistas de nível superior e 2.212 para peritos formados em Medicina.
Os salários vão de R$ 5.186,79 a R$ 12.683,79. Considerando os excedentes chamados, seriam mais 2.050 vagas de técnicos e 530 de analistas.
Com informações jornaldiadia.com.br
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