Futuro secretário de Saúde aguarda dados para definir futuro do IHB

O próximo secretário de Saúde do Distrito Federal, Osnei Okumoto, pretende analisar os dados do Instituto Hospital de Base (IHB-DF) para tomar uma decisão sobre a gestão da unidade. Uma das principais promessas de campanha do governador eleito Ibaneis Rocha era justamente o fim do modelo. “Já vi administração com organização social que funciona muito bem, outras nem tanto. Não tenho ainda opinião formada”, declarou o farmacêutico bioquímico, em coletiva de imprensa realizada na tarde desta segunda-feira (3/12).

Okumoto e Ibaneis já trataram a respeito do IHB. Segundo o futuro gestor, os dados relativos ao órgão estão sendo levantados para que a equipe de transição da Saúde possa elaborar um parecer e encaminhar ao emedebista, que tomará decisão a respeito do futuro.

Atual secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Okumoto afirmou que um dos pilares da sua administração será a transparência. Segundo ele, os processos de compra de medicamentos e equipamentos serão disponíveis à população e os profissionais da rede pública serão monitorados digitalmente. “A gente quer transparência em tudo, tanto nas contas quanto de quem está trabalhando.”

O escolhido de Ibaneis contou que há uma proposta de monitoramento das unidades de saúde. “Isso nos daria a realidade imediata do que está acontecendo, quer seja falta de medicamento ou sobre o gerenciamento de internações”, completou. Ele destacou que cada hospital teria uma sala contendo entre oito e dez monitores. “A gente consegue verificar os pacientes e médicos que estão atendendo, além de ter controle sobre os insumos”, disse.

De acordo com o futuro gestor, o projeto não sairia caro. “É viável e uma prioridade para disponibilizar o acesso da população ao sistema de saúde”, acrescentou. Ele anunciou, ainda, que o secretário-adjunto da pasta será Sérgio Luiz da Costa, assessor de gabinete da Secretaria de Atenção a Saúde do Ministério da Saúde.

Escândalo

Na última quinta-feira, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) deflagrou a Operação Conexão Brasília. A força-tarefa investiga possíveis fraudes em licitações na Secretaria de Saúde. No caso revelado, o crime teria ocorrido na aderência de uma ata de registro de preço do Rio de Janeiro, em conluio com esquema envolvendo o ex-governador Sérgio Cabral. O prejuízo é calculado em R$ 19 milhões, mas a corrupção pode ter causado rombo de R$ 2,2 bilhões.

Okumoto foi anunciado como o próximo secretário no mesmo dia. Ele disse que não sabe de tudo que aconteceu. “Mas a gente tem conhecimento do que é certo. Vamos procurar fazer o que é correto”, afirmou. Segundo Okumoto, se existir necessidade de aquisição de produtos, atas de registro de preço serão montadas. “Se tiver outras vigentes no país, vamos pegar as que têm preços comprovadamente verdadeiros, em caso emergencial. Mas lógico que queremos ter as nossas atas de acordo com a necessidade da população daqui”, ponderou.

Perfil

Servidor de carreira do Estado do Mato Grosso do Sul, Okumoto está cedido ao governo federal. “Ele ocupou vários cargos importantes no setor e é um especialista em gestão hospitalar. Além do mais, é um homem de extrema confiança do próximo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta”, atestou Ibaneis Rocha.

Formado em farmácia bioquímica pela Universidade Estadual de Maringá, Okumoto tem pós-graduação em gestão de hemocentros e metodologia e técnicas de ensino. Em Mato Grosso do Sul, foi chefe da divisão médica do Centro de Hematologia e Hemoterapia, presidente da Fundação de Serviços de Saúde, presidente do Conselho Regional de Farmácia. No Ministério da Saúde, ele também foi coordenador-geral de Laboratórios de Saúde Pública.

Fonte: metropoles.com