Conheça os prós e contras de concursos de nível médio e de nível superior!

Quando iniciamos no mundo dos concursos, nos deparamos com mil e uma possibilidades, dentre elas escolher entre um concurso de nível médio ou um de nível superior.

De fato, existem pessoas que preferem começar com concursos de nível médio para adquirir mais experiência, seja em realizar provas de bancas e cargos diferentes até mesmo para se preparar para os de nível superior. Porém, também existem pessoas que preferem pular essa etapa e encarar de primeira um concurso de nível superior, seja por conta do salário ou dos benefícios do cargo. E é bem nesse meio-termo que surge uma dúvida:

“Qual concurso é melhor: de nível médio ou nível superior?”

Para responder a essa pergunta, é necessário analisar vários fatores que implicam na tomada da decisão final do concurseiro, o qual está entre investir mais tempo e dinheiro em um cargo público de nível superior ou estudar menos tempo, mas ainda assim conseguir um ótimo cargo de nível médio e bons benefícios com ele. 

Nesse sentido, o DODF preparou um super artigo que mostra justamente os prós e contras de cada nível de escolaridade em concursos públicos, analisando desde os salários até mesmo a complexidade das questões de cada prova!

Vamos começar?

1 – Principal requisito de cada concurso

Assim como todo e qualquer concurso público, os certames de nível médio e superior exigem que seus candidatos possuam os seguintes requisitos:

  • Possuir nacionalidade brasileira;
  • Gozar dos direitos políticos;
  • Estar com suas obrigações militares (para homens) e eleitorais (para todos) quitadas;
  • Possuir idade mínima de dezoito anos;
  • Estar apto física e mentalmente para exercer o cargo.

A única particularidade de cada um é: enquanto o concurso de nível médio exige o diploma do ensino médio, o concurso de nível superior pode exigir títulos que vão além do diploma de graduação, como doutorados, mestrados, pós-graduações, entre outros. 

Independente de qual concurso você escolha, é necessário ter o seu diploma numa instituição aprovada pelo MEC (Ministério da Educação) a fim de comprovar que você possui de verdade aquele nível de escolaridade. 

Para alguns, que talvez tiveram que largar os estudos na adolescência para trabalhar, será mais fácil conseguir um diploma de nível médio e economizar tempo em sua preparação do que esperar mais de cinco anos, a depender do cargo, para obter a certificação da graduação exigida pelo certame. 

2 – Em qual concurso as questões são mais complexas?

Qual prova é a mais fácil? A de nível médio ou superior?

Para essa pergunta, só existe uma resposta certa: depende

Se, por acaso, a sua prova de nível médio tiver como banca organizadora a Vunesp, FGV, Cebraspe ou FCC, é bem provável que o nível de dificuldade de ambas as escolaridades estejam ao nível de igualdade, visto que essas são bancas realmente costumam ter provas mais difíceis para seus candidatos, independente do nível escolar. 

Porém, é óbvio que uma prova para a magistratura será muito mais difícil do que uma prova para o cargo de Técnico ou Analista Judiciário. Não quer dizer que só porque ela é feita por uma banca que costuma ser “carrasca” que as provas terão o mesmo nível de dificuldade, sabe?

A última prova do concurso para Escrevente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), por exemplo, foi uma prova para nível médio e várias pessoas que já foram aprovadas neste certame, mesmo tendo um nível superior, consideraram ela uma prova que cobra além do que deveria ser cobrado para nível médio, entende? Então depende e muito da banca, do cargo, das questões, entre outros.

3 – A concorrência para cada nível é a mesma ou existe uma certa diferença?

Existe e ela é imensa

Para concursos de nível médio, justamente por não exigir uma graduação ou outros títulos acadêmicos, costuma existir uma concorrência maior, tanto por conta da facilidade de qualquer pessoa ter um diploma de nível quanto para o número de vagas ofertadas. 

Trazendo novamente o exemplo do concurso de Escrevente do TJSP, no ano de 2024 foram ofertadas 572 vagas em todo o estado, sendo somente 300 na capital. Para um estado que possui 11,45 milhões de habitantes, sendo dentre eles 181.966 inscritos no concurso, chega a ser um pouco fora da realidade ofertar apenas 572 vagas para quase 200 mil inscritos.

Nisso, vamos analisar um concurso de nível superior do TJSP para Oficial de Justiça. Também ocorrido em 2024, o concurso, o qual ofertou 60 vagas, teve 29,4 mil inscritos do início até o fim das inscrições. Se formos comparar com o concurso de Escrevente, podemos ver uma disparidade enorme entre número de vagas e, principalmente, número de inscritos. 

Sabe porque isso acontece?

Porque muito mais pessoas possuem um diploma de nível médio do que um diploma de uma graduação específica, como foi o caso do concurso de Oficial de Justiça. Isso acontece por diversos fatores, sendo o principal deles a dificuldade de conseguir concluir uma graduação na realidade em que vivemos hoje, na qual a maioria possui um trabalho de escala 6×1 para conciliar com os estudos que, infelizmente, exigem muito tempo da pessoa. 

Já para um diploma de nível médio não, entende? Ele faz parte da nossa educação básica e, caso a pessoa não repita nenhuma vez, terá o certificado de conclusão de escolaridade aos dezoito anos. 

Logo, justamente por ser “mais fácil de conseguir” (entre vários termos, uma vez que existe a evasão escolar), os concursos de nível médio podem ter um maior número de inscritos – e, por consequência, maior concorrência também – do que os concursos de nível superior, mesmo que este último oferte salários e benefícios melhores.

4 – Existe um maior número de disciplinas a depender da escolaridade? Ou estão no mesmo patamar?

A depender do cargo, pode sim ter mais disciplinas em um concurso do que em outro, como em cargos que possuem salários mais altos, independente da escolaridade. 

Por exemplo, no concurso para Oficial de Justiça do TJSP de 2024, foram cobradas 10 disciplinas a serem encontradas na prova. Entretanto, apesar de ser um cargo de nível superior, ainda assim possui menos disciplinas do que para o cargo de Escrevente, que tem como principal requisito nível médio e cobra 11 disciplinas em sua avaliação. 

Porém, isso não é uma regra geral, tudo bem? Normalmente a maioria dos concursos públicos ofertados em todo o Brasil pede menos matérias em cargos de nível médio, deixando para pedir um alto nível de conteúdo em certames de nível superior. O exemplo do TJSP é uma exceção à regra e pode ou não ser replicada em outros cargos espalhados pelo país, a depender da banca e das atribuições de cada cargo. 

5 – E a remuneração? Vale a pena investir em um concurso de nível médio ou é melhor se qualificar para um de nível superior?

Essa decisão depende demais das suas aspirações profissionais e do que você deseja alcançar com um cargo público. 

Oferecendo um cargo de nível médio, o concurso para Escrevente do TJSP oferece um salário de R$ 6.043,54, podendo obter certas gratificações conforme a qualificação profissional da pessoa, além de quinquênios também, podendo chegar até R$ 9.198,00 por mês

Mesmo sendo um cargo com um nível de escolaridade médio, a função de Escrevente oferta quase seis vezes o valor de um salário mínimo para que for aprovado em seu certame. Logo, se a pessoa procura estabilidade, mas não possui condições para investir em um nível superior, cargos como o descrito acima é uma ótima opção!

Entretanto, é inegável que cargos de nível superior oferecem muito mais do que um simples salário de nível médio. Quem é Oficial de Justiça do TJSP ganha em média R$ 9.157,00 por mês, justamente por precisar do nível superior em qualquer área para exercer as funções. 

Dessa forma, é válido lembrarmos que nem todos os órgãos públicos oferecem salários tão altos quanto esses, mesmo sendo cargos de nível superior. Um exemplo claro disso é o concurso da Câmara de Sena Madureira, no Acre, que oferta vagas para Analista Legislativo com salários de R$ 3.960,00, tendo como principal requisito para seus candidatos um diploma de graduação para exercer o cargo de forma plena. 

Percebe como a decisão de escolher um concurso de nível médio e outro de nível superior depende de diversos fatores, sendo um deles a aspiração profissional de cada pessoa?

Por isso que não existe uma resposta definitiva que escolhe entre uma escolaridade e outra!

6 – As oportunidades são as mesmas ou mais escassas, a depender da escolaridade?

Para cargos de nível médio, vistos como cargos “intermediários”, nos quais seus funcionários logo irão prestar outra prova para funções maiores e, consequentemente, tomarão posse de tais, ocorre uma gama imensa de possibilidades maiores do que para cargos de nível superior, os quais possuem oportunidades mais escassas se comparados aos demais. 

Todavia, lembra o que falamos sobre a concorrência de um e de outro? Pois é! Mesmo que existam mais possibilidades de um nível para o outro, a chance de ter uma maior concorrência para esses cargos também aumenta, visto a “facilidade” de concorrer a eles do que para disputar por outros!

7 – Afinal, qual é o melhor?

E a resposta é: depende.

Depende muito da situação que a pessoa se encontra e do que ela pode fazer para alcançar os requisitos de cada concurso. 

Concursos de níveis médios são ótimas opções para quem não pode investir em uma faculdade, mas, caso consiga ser aprovado, possa ter acesso a uma melhor qualidade de vida que empregos do tipo CLT não podem proporcionar. 

Já concursos de níveis superiores podem oferecer salários mais altos e uma menor carga horária (a depender do cargo, claro) para a pessoa que possui os principais requisitos do certame, como ter um diploma ao nível superior, ter alguns títulos acadêmicos, etc. 

A verdade é que não existe resposta certa para dar um veredicto final. O que realmente é certo é a pessoa ponderar os prós e contras de cada nível e ver em qual delas ela melhor se encaixa, se é em um concurso de nível médio ou um de nível superior. 

Independente da escolha, ainda sim ela estará concorrendo a um cargo público que, independente da remuneração ou dos benefícios, poderá lhe dar estabilidade até a hora de se aposentar. Por isso que a escolha vai de pessoa para pessoa, tudo bem?

Nós do DODF te desejamos bons estudos e até a próxima!