Como lidar com a síndrome de burnout nos estudos para concurso?

Com os estudos constantes para concurso público, se um concurseiro não cuidar da própria saúde, em especial a mental, ele pode acabar tendo a chamada síndrome de burnout. 

Mas… O que seria essa síndrome?

De acordo com o Ministério da Saúde, “Síndrome de Burnout” é um distúrbio emocional o qual causa exaustão extrema, estresse e esgotamento físico em decorrência do excesso de trabalho e/ou estudo. Por conta dessa síndrome, diversas pessoas adoecem não só no psicológico, mas também no físico, implicando assim no afastamento imediato das atividades, tratando com terapias, remédios, etc. 

Só quem é concurseiro sabe como é desgastante precisar estudar após um longo dia de trabalho e, junto da autocobrança que geralmente temos, manter a cabeça no lugar às vezes é complicado. 

Estudos para certames de fato exigem certa cobrança, e está tudo bem você sacrificar alguns finais de semana ou estudar meia hora a mais durante algumas sessões de estudo. Isso é normal, e não crises de ansiedade fortíssimas em cima da mesa de estudos por estar cansado física e mentalmente, concorda?

E como sempre, nós do DODF falaremos hoje como é possível você, concurseiro, lidar com o burnout de forma que não o piore, afinal seu sonho de tomar posse continua vivo em você, não é?

Vamos começar?

1 – Como saber se estou em burnout?

Muitas vezes por falta de informação, adquirimos sérios problemas que podem custar muito no futuro, como a síndrome de burnout. 

Como dito antes, uma pessoa entra em estado de burnout em decorrência do alto estresse e do excesso de esgotamento mental, levando-a a precisar se afastar da maioria das atividades do dia a dia, tais como trabalho e estudos, a fim de recuperar-se da melhor forma possível até que esteja apta novamente para voltar a essas tarefas.

Nem sempre as pessoas conseguem identificar o burnout nos primeiros sintomas por eles se assemelharem com outros casos que também prejudicam a saúde de alguém. 

Alguns sintomas que podem “enganar” são dores de cabeças constantes, insônia, esgotamento físico e mental (com ênfase neste último), mudanças no apetite (comer demais ou não comer quase nada), forte desânimo e perda de interesse nas atividades do dia a dia (desde questões profissionais e acadêmicas até mesmo tarefas que deem prazer ao indivíduo). Várias pessoas tentam buscar alternativas de cura para esses sinais, sem nem ao menos cogitar a possibilidade de estar em burnout, sabe?

Entretanto, a situação de alguém com burnout, sem diagnóstico, pode ficar séria apresentando distanciamento das pessoas com quem convive, tristeza profunda, emocional frágil, não conseguir sentir relação pessoal, além de mostrar-se negativo de maneira contínua e ter problemas de concentração também. 

A pessoa em burnout sente não ter energia para nada, seja para fazer sua higiene básica, comer de forma adequada ou simplesmente sair da cama. Quando alguém chega nesse estágio crítico, existem duas situações: a negação sobre a situação da própria saúde e a falta de apoio familiar, sendo este último causado pelo estigma recorrente com relação ao tratamento da saúde mental com auxílio de médicos especializados em tal. 

Desta forma, vamos discorrer um pouco mais sobre a importância de ir a médicos como psicólogos e psiquiatras quando se está em estado de burnout.

2 – Procure ajuda médica, antes de tudo

Não é vergonha ir ao psiquiatra ou buscar ajuda para tratar da saúde mental.

Não ligue para o que outras pessoas podem falar sobre ir a “médicos de cabeça”. 

Assim que conseguimos identificar a causa do problema (esgotamento mental), quanto antes precisamos ir até o médico para saber quais serão as melhores formas de lidar com isso e, se for preciso, quais medicamentos serão necessários no processo de melhora também. 

Ir a psicólogos e psiquiatras, médicos taxados com nomes e significados pejorativos pela maioria, não é motivo para abaixar a cabeça e falar que você perdeu a batalha. Muito pelo contrário! Ir a esses profissionais, ainda mais em casos assim, é tão benéfico quanto resolver tratar em casa com os remédios e tratamentos errados, sejam eles recomendados pelo farmacêutico ou naturais. 

Caso você não possa arcar com os custos de um médico assim (afinal, consultas médicas são caras, independente da especialidade), existe a opção de recorrer ao SUS (Sistema Único de Saúde) e ir aos postos e unidades básicas de saúde (UBS), marcar uma consulta e fazer o tratamento de forma gratuita por lá. A maioria dos medicamentos são disponibilizados na farmácia do posto ou por preços menores em Farmácias Populares. 

O mais importante é buscar ajuda médica e cuidar da própria saúde, porque sem saúde ninguém consegue chegar a lugar algum.

3 – Está tudo bem errar de vez em quando, isso não é o fim do mundo

Muitos concurseiros pensam que precisam acertar todas as questões do simulado para mostrar que tiveram um bom desempenho em sua sessão de estudos. 

Acredite se quiser, mas eles estão errados. 

É válido pensar que, quanto mais questões acertamos na prova oficial, maiores serão as nossas chances de passarmos para a próxima fase ou andar direto até a posse. Isso de fato é verdade, e não tiramos a razão de quem quer se preparar o máximo que conseguir para acertar várias questões e garantir seu nome na lista do Diário Oficial.

No entanto, quando a pessoa se martiriza por errar algumas questões e se afeta de forma séria com isso, chegando a ter crises de ansiedade ou algo pior, então é hora de parar um pouco e aceitar que está tudo bem errar. 

Não é porque você errou em um simulado que o seu desempenho será igual no dia oficial. A depender do prazo, você ainda tem tempo para encontrar as razões que te fizeram errar e verificar como pode melhorar até lá.

Mas sabe de algo? Errar não é o fim do mundo. 

Está tudo bem você errar algumas questões em um simulado ou até mesmo no dia do certame, afinal ninguém é um robô!

Você pode ficar triste e tudo mais, todavia é bom lembrar que sua capacidade e seu valor não serão definidos por esses erros ao longo de sua jornada. 

Quanto mais cedo você aceitar que errar é humano e faz parte do processo, menores serão as chances de que um episódio de burnout aconteça com você.

4 – Formas de evitar o esgotamento mental ao longo de sua jornada

Mesmo “curados” do burnout, algumas práticas podem nos levar de volta a ele, logo é necessário ficar atento a:

  • Consumo exacerbado de substâncias estimulantes, como café e medicamentos para atenção tal qual Ritalina (recomendado apenas para pessoas que tenham déficit de atenção e hiperatividades, uma vez que não ocorrerão os efeitos do medicamento em pessoas que não tenham o transtorno – TDAH);
  • Falta de organização, seja com os estudos ou outras áreas de sua vida. Sem organização, nós nos perdemos no que devemos ou não fazer, além de trazer cansaço para a mente pela autocobrança;

Neste sentido, aderir à prática de atividade física é uma ótima maneira de manter a mente e o corpo saudáveis, visto que é durante o treino que nosso humor melhora, reduzimos o risco de termos doenças crônicas, melhora o nosso sono e, ainda por cima, é benéfico nos estudos por melhorar nosso desempenho neles!

Além disso, também é necessário revermos o que é importante ou não para o rumo de nossa vida, visto que às vezes, é necessário se desligar de determinada tarefa e manter outra em prol do bem da nossa saúde física e mental, já que pode ser por conta de uma ou de outra que o risco de termos a síndrome de burnout outra vez aumenta.

E, o mais importante de tudo: relaxe.

Sem descanso, sem um tempo para uma atividade que nos distrai e nos deixa felizes, ninguém consegue alcançar seu sonho, não importa qual seja. 

Tire um dia na semana para sair com os amigos, ficar com a família, investir em passatempos e atividades de lazer ou simplesmente dormir, porque o mais importante desta etapa é estar descansado para pegar firme nos estudos quando sua jornada começar de novo (de forma saudável, tudo bem?).

5 – Lembre-se: uma prova não é mais importante que a sua saúde

Pois é. Um pouco difícil de aceitar, mas essa é a mais pura verdade. 

O medo de não ser aprovado vem desde a escola, quando somos assombrados com o vestibular e acreditamos que nossa vida irá acabar caso não passemos em tal faculdade ou em tal curso. E, se você trocar uma palavra ou outra neste último período, verá que isso também acontece no mundo dos concursos públicos. 

Vemos nesses certames a possibilidade de mudar de vida, de ter estabilidade financeira e emocional e conseguir dar uma melhor qualidade de vida não só para nós, mas também para nossos pais, nossa família que sempre nos deu tudo e agora pode precisar da nossa ajuda. É por meio de um edital do TJSP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo), da Magistratura ou de algum órgão Federal que encontramos a nossa luz no fim do túnel e pensamos “agora é a minha chance, desta vez eu consigo”. 

Mas a vida não é feita apenas de conquistas. 

Temos uma, duas, três, várias reprovações a depender do grau de dificuldade, do cargo oferecido e da banca organizadora do certame que fizemos. Fatores externos, como trabalho CLT, horas no transporte público, dificuldade em pagar as contas e guardar para uma emergência ou só o fato de ter condições de colocar nossos filhos em uma escola melhor pelo bem do futuro deles, faz com que levantemos a cabeça novamente para enfrentar esse ciclo vicioso que parece nunca ter fim.

E de reprovação em reprovação, a mente humana começa a ficar esgotada com o fato de nunca conseguir ser capaz de atingir a aprovação, e nisso chegamos ao burnout. 

A Síndrome de Burnout não é apenas um simples cansaço que melhora de um dia para outro. Diversas pessoas adquirem problemas sérios de saúde por trabalhar demais ou estudar além da conta, implicando assim no esgotamento do cérebro e até mesmo no mau funcionamento do corpo. Nessa lógica, se não cuidarmos e levarmos a série esse transtorno tão maléfico para nós, como conseguiremos atingir nossos sonhos e realizar tudo o que planejamos com tanto carinho?

Sua saúde física e mental, será a que te levará até a aprovação. Será por conta do seu cérebro descansado e livre de preocupações no dia do certame que você conseguirá passar para a próxima fase ou, então, atingir sua aprovação.

Não adianta virar a noite estudando para, às cinco da manhã, você ir até o ponto para pegar o ônibus até o seu trabalho e se cansar mais ainda. Não vale a pena você deixar de lado seus momentos de lazer com a família e amigos para estudar mais do que deveria. 

Sua saúde não vale uma prova. 

Lembre-se: estudar para a prova é importante, e cuidar da saúde é mais ainda.

Nós do DODF te desejamos bons estudos e até a próxima!